Com o aumento da violência, dos conflitos armados, do terrorismo, das catástrofes naturais ou
induzidas pelo homem, ‘traumatismo’ e ‘stress pós-traumático’ são conceitos que começam a
dominar esta etapa da história humana, segundo Berceli (2005).
Sendo assim, os traumas são consequências de uma experiência onde acontece uma grande
ameaça que sobrecarrega o mecanismo de adaptação do indivíduo. Nestes eventos, a pessoa
pode ficar inundada de tensão e medo.
Traumas primários
Referimos traumas primários quando as experiências ocorrem com a própria pessoa, e a fase
inicial desse episódio costuma ser sofrida pela criança, durante o seu processo de
desenvolvimento, em consequência de vivências de rejeição, abandono, abusos e outras
formas de violência.
Traumas urbanos e coletivos
Decorrem em consequência de assaltos, acidentes, violência doméstica ou urbana, ações
terroristas, guerras, fenômenos da natureza. A pessoa que sofre de algum
acontecimento, potencialmente traumático, e não se cuida, pode desenvolver transtorno do
estresse pós-traumático.
Neste, a pessoa, mesmo depois de algum tempo, permanece em estado de alerta, num
funcionamento predominante do sistema nervoso simpático, com produção de adrenalina em
níveis acima do necessário, sentindo como se a ameaça estivesse acontecendo no presente e
não como uma experiência do passado.
Traumas secundários
São aqueles que não ocorreram diretamente com a pessoa e sim com outras, mas, de tanto
escutar sobre os acontecimentos, a pessoa começa a sentir como se estivesse na situação
narrada. Entre eles, citamos a vicariante e a fadiga por compaixão.
Traumas vicariantes
Trauma vicariante surge em consequência da frequência com que a pessoa se expõe a escutar
histórias e/ou assistir a eventos traumáticos, ocorridos com outras pessoas. O trauma
vicariante afeta o pensamento, provocando uma repetição no mesmo, como um filme, e
também provoca sofrimento e medo.
Na atualidade, as pessoas, de um modo geral, podem ficar sujeitas a serem acometidas de
trauma vicariante, na medida em que assistem diária e constantemente, vídeos e notícias do
grande sofrimento, por conta da pandemia.
Fadiga por compaixão
Fadiga por compaixão é consequência de um estresse contínuo, decorrente da exposição e
escuta das dores e sofrimentos do outro. Surge com mais frequência nas pessoas em que a
empatia e a compaixão estão sempre presentes no exercício profissional, a exemplo de
profissionais da psicologia, medicina, enfermagem e outros como socorristas, bombeiros,
policiais militares, equipes de resgates.
Desde 2020, profissionais de saúde que estão na linha de frente, na luta entre vida e morte,
além da exaustão e das condições mais adversas, necessitam de descanso, espaço de cuidado,
de escuta, suporte emocional para que, mesmo em meio a tanta dor, possam manter o
equilíbrio e a saúde integral.
O que achou da escolha do tema deste nosso artigo? Já conhecia algo específico sobre? Após
essa leitura, você consegue identificar quais tipos de traumas fazem parte da sua vida ou das
pessoas que estão ao seu redor? Deixe o seu comentário e compartilhe este conteúdo com
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